A fase do Fluminense virou pesadelo. Neste domingo (27), o Tricolor das Laranjeiras foi derrotado pelo São Paulo por 3 a 1 no Morumbi, acumulando a quarta derrota consecutiva desde o retorno do Mundial de Clubes — e, com ela, uma crise que só faz crescer. O desempenho pífio contrasta brutalmente com o futebol envolvente que levou o clube à disputa internacional, e os números escancaram os problemas que se espalham por todos os setores do time.
Pós-Arias: ataque vira um deserto de criatividade
A saída de Jhon Arias para o Wolverhampton, logo após o Mundial, escancarou a dependência que o Fluminense tinha do colombiano. Desde então, o setor ofensivo do time simplesmente travou. A fluidez, as triangulações e o volume de jogo sumiram, e o ataque tricolor passou a ser uma mera formalidade em campo.
A última partida de Arias pelo Fluminense foi diante do Cruzeiro, quando o time finalizou 28 vezes. Mesmo sem marcar, o Tricolor pressionou e dominou as ações — com Arias sendo o cérebro da equipe. Desde sua saída, o número de finalizações despencou: foram 17 contra o Palmeiras, nove diante do São Paulo e apenas seis frente ao Flamengo. Mais grave ainda: apenas quatro dessas tentativas foram na direção do gol adversário. A única que resultou em gol saiu contra o São Paulo, em chute isolado no meio da apatia ofensiva.
Defesa vacila e sofre com bolas aéreas
Se o ataque virou um deserto, a defesa virou um campo minado. O Fluminense tem sofrido consistentemente com jogadas aéreas — um problema crônico que voltou a assombrar após o Mundial. Nas quatro partidas disputadas nesse período, o Tricolor levou cinco gols em jogadas pelo alto.
Nomes como Fabrício Bruno (Cruzeiro), Pedro (Flamengo), Maurício (Palmeiras), Arboleda e Ferreirinha (ambos do São Paulo) balançaram as redes do goleiro Fábio em lances pelo ar. Destes, quatro gols saíram de cabeçadas, revelando a fragilidade do sistema defensivo nesse tipo de lance. Além disso, o time ainda sofreu dois gols em contra-ataques e um após erro de Martinelli na saída de bola.
Os números da queda livre
O desempenho estatístico do Fluminense após o Mundial evidencia a gravidade do momento:
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Jogos: 4
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Derrotas: 4
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Gols sofridos: 8
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Gols sofridos por bolas aéreas: 5
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Chutes por jogo: 14,5
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Chutes no gol por jogo: 2,5
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Média de posse de bola: 52,5%
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Gols esperados (xG): 0,9
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Chances perigosas criadas: 2
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Desarmes: 45 em 69 tentativas (65%)
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Duelos aéreos vencidos: 56 de 114 (49%)
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Defesas de Fábio: 12
Próximo desafio: reverter a maré na Copa do Brasil
Com a pressão aumentando e o desempenho despencando, o Fluminense agora volta as atenções para a Copa do Brasil. O Tricolor encara o Internacional nesta quarta-feira (30), às 21h30 (de Brasília), no Beira-Rio, pelo jogo de ida das oitavas de final. A partida de volta está marcada para a quarta-feira seguinte (6), no Maracanã.