Herói das conquistas históricas do Botafogo em 2024 — ano em que o clube carioca ergueu, de forma inédita, a taça da Libertadores e encerrou um jejum de três décadas no Campeonato Brasileiro —, o técnico Artur Jorge segue escrevendo um novo capítulo de sua carreira no futebol do Catar. Atual comandante do Al Rayyan, o treinador português concedeu entrevista ao ge e não escondeu o desejo de, em breve, reencontrar os gramados brasileiros.
“Me vejo, sim, voltando ao Brasil. Isso faz parte do meu projeto de carreira”, revelou. “Confesso que já recebi convites, mesmo estando fora há pouco tempo. Mas neste momento, o projeto do Al Rayyan me desafia e me oferece a oportunidade de vencer novamente”.
Segundo Artur, o clube catari está sedento por títulos, e isso o motiva. “É uma equipe que não conquista algo há um bom tempo, e quero liderar esse novo ciclo desde o início. Ainda assim, voltar ao Brasil está nos meus planos — pela competitividade do campeonato, pelas grandes equipes e pelo nível altíssimo dos jogadores”.
A saída do Botafogo, no entanto, ainda parece ecoar com certo pesar. Apesar de reconhecer o papel crucial de John Textor, dono da SAF alvinegra, na sua contratação, Artur Jorge admitiu que poderia ter permanecido em General Severiano caso houvesse mais empenho da diretoria na renovação.
“Sou grato ao Textor. Ele foi o responsável por me levar ao Botafogo e é uma figura fundamental na transformação do clube. Mas a valorização do meu trabalho ficou aquém. Em 2024, mesmo com os títulos, eu estava apenas na oitava posição entre os técnicos mais bem pagos do Brasileirão”, destacou.
Sem rodeios, o treinador ainda explicou que não houve, de fato, uma negociação para sua continuidade. “Falamos apenas sobre a saída. Essa foi a única conversa. Se tivesse havido outro tipo de diálogo, talvez eu tivesse permanecido”.
Apesar da saída precoce, Artur se orgulha de ter encerrado um ciclo vitorioso da forma mais honrada possível: no topo. “Poderia ter saído antes, sim, mas jamais pensei nisso. Para mim, ganhar o título era mais importante do que ganhar mais um real. Isso é o que me move”.