Em meio a uma disputa judicial com o Atlético-MG por uma dívida referente à transferência do atacante Deyverson, o Cuiabá deu um passo ousado nos bastidores ao acionar formalmente o Banco Central contra os empresários Rubens Menin e Ricardo Guimarães, controladores da SAF do Galo e donos, respectivamente, dos bancos Inter e BMG.
A diretoria jurídica do Dourado apresentou uma reclamação de três páginas ao órgão regulador, questionando a idoneidade financeira dos dirigentes. O clube sustenta que, por serem proprietários de instituições financeiras que recebem depósitos de pessoas físicas, os empresários não poderiam estar inadimplentes com obrigações em outras empresas de sua posse — como é o caso da SAF atleticana.
A dívida do Atlético-MG com o Cuiabá tramita na Câmara Nacional de Resolução de Disputas (CNRD) da CBF, e trata do não pagamento de valores referentes à negociação de Deyverson. Ciente da relação entre os donos da SAF e os bancos que controlam, o clube mato-grossense elevou o tom da cobrança.
No documento, o Cuiabá afirma:
“Dono de banco, pelas leis brasileiras, não pode ter nenhum tipo de dívida, senão isso é considerado DEFAULT. Ou seja, empresas que não honram pagamentos também podem ser classificadas como inadimplentes graves.”
O clube solicita que o Banco Central:
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Verifique a conformidade econômico-financeira dos controladores;
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Analise possíveis impactos dessa inadimplência na governança, liquidez e integridade dos bancos;
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E, se constatada irregularidade, abra processos administrativos para avaliação de idoneidade e eventual aplicação de sanções.